Pianistas Famosos

O piano que conhecemos hoje faz parte da história da humanidade desde o século XVIII. Considerado um instrumento completo, por possibilitar a criação e o registro de óperas, concertos, sinfonias e cantatas que vão das mais graves às mais agudas, sempre foi o ‘queridinho’ dos compositores. A maioria dos pianistas famosos iniciou os seus estudos de piano ainda na infância, o que explica em grande parte a disciplina e o virtuosismo desses artistas. A seguir, saiba um pouco sobre a vida e a carreira de alguns dos mais notáveis pianistas mundialmente reconhecidos.


Ludwig van Beethoven

Ludwig van Beethoven

Ludwig van Beethoven nasceu em Bonn, na Alemanha, em 17 de dezembro de 1770, e morreu aos 57 anos de idade em Viena, capital da Áustria. Considerado por muitos como um dos pilares da música ocidental, por conta do incontestável desenvolvimento, tanto do conteúdo musical como da linguagem presente em suas obras, o compositor alemão mantém-se como pianista famoso, respeitado e influente até os dias atuais.

Beethoven começou a carreira muito cedo. Aos cinco anos de idade teve suas primeiras lições de música, aos oito passou a estudar cravo e aos dez já dominava todo o repertório de Bach. Com a perda auditiva, o músico teve que abandonar o piano e, para não deixar a música, passou a dedicar-se integralmente à composição. Dono de uma obra despreocupada em respeitar regras que até então eram seguidas, o jovem prodígio compôs uma das músicas mais conhecidas do mundo, a Nona Sinfonia. Outra composição famosa, que já foi usada até para vender barbeadores, é a Quinta (a do ‘tchan, tchan, tchan, tchan’).


Wolfgang Amadeus Mozart

Wolfgang Amadeus Mozart

Wolfgang Amadeus Mozart nasceu em Salzburgo, na Áustria, em 27 de janeiro de 1756, e morreu aos 35 anos de idade em Viena, capital austríaca, em 5 de dezembro de 1971. O influente e prolífico compositor iniciou sua carreira na infância mostrando grande habilidade em instrumentos de teclado e no violino. Sua obra, composta por óperas, concertos, música para piano, de câmaras e corais, foi bem aceita pela crítica, embora muitos a considerassem muito difícil e complexa. Hoje, Mozart é tido como um dos maiores compositores que já existiram, e é um dos pianistas mais famosos do ocidente, até mesmo entre os leigos em música clássica.

Mozart conquistou fama, no entanto não chegou a alcançar uma estabilidade financeira. Sua morte prematura deu origem a inúmeras lendas, e especula-se que ele tenha morrido devido às mais variadas hipóteses: envenenamento por mercúrio, gripe, triquinose e uma estranha doença nos rins são algumas delas. O músico deixou dois filhos e uma esposa.


Robert Schumann

Robert Schumann

Robert Alexander Schumann nasceu em Zwickau, na Alemanha, em 8 de junho de 1810, e morreu aos 46 anos de idade na cidade de Endenich. Iniciou seus estudos ainda jovem, no entanto dividiu a sua infância musical com a literatura – seu pai era bibliotecário e romancista. Após a morte de seu pai, Schumann mudou-se para Leipzig e matriculou-se na faculdade de Direito. No entanto a sua verdadeira paixão sempre foi a música, e ao conhecer pianistas famosos, como Ignaz Moscheles, o jovem decidiu dedicar-se exclusivamente ao que mais apreciava: a composição.

Schumann não gostava das regras pré-estabelecidas de harmonia e contraponto. O seu estilo era considerado revolucionário para a época e, não por acaso, suas principais referências musicais estavam nas obras de Mozart, Beethoven e Schubert. Antes de sua morte fora diagnosticado com “melancolia psicótica” – um misto de ideias delirantes, alucinações auditivas (ele, aparentemente, escutava a nota Lá em todos os lugares) e transtorno bipolar. Esse último sintoma fazia com que Schumann enfrentasse fases depressivas e logo em seguida fases de plena produtividade musical.


Frédéric Chopin

Frédéric Chopin

Frédéric François Chopin nasceu em 1 de março de 1810, em Zelazowa Wola, na Polônia, e morreu aos 39 anos de idade, em Paris, na França – país em que fora radicado. Conhecido mundialmente como um dos maiores compositores para piano, o pianista ficou famoso por possuir uma técnica refinada, duradoura relevância na música atual e uma elaboração harmônica, diversas vezes, comparada a de outros gênios da música, Beethoven e Mozart. Chopin dedicou essencialmente toda sua obra ao piano, sendo inúmeras delas influenciadas pelo folclore polonês.

A infância culta foi essencial para a sua formação musical. Aos seis anos passou a estudar piano, aos oito apresentou o seu primeiro concerto público e na mesma época publicou sua primeira obra. Ainda jovem, foi diagnosticado com tuberculose e perto de completar 40 anos Chopin não resistiu e morreu em Paris. Conforme um pedido do músico, seu coração foi colocado dentro de um dos pilares da igreja de Santa Cruz, em Varsóvia.


Johann Sebastian Bach

Johann Sebastian Bach

Bach nasceu em Eisenach, em 21 de março de 1685, no Sacro Império Romano-Germânico (atual Alemanha), e morreu em Leipzig, aos 65 anos, em 28 de julho de 1750. Sua família possuía uma longa tradição e já havia músicos entre eles. Logo cedo, o jovem demonstrou interesse e talento para a música. Além de ter construído uma obra de imensa extensão e variedade, Bach era dono de uma disciplina incansável que o fez capaz de dividir o seu tempo entre as mais diferentes funções: compositor, maestro, cantor, cravista, organista, violinista, violista e professor. Quando alguém perguntava qual o segredo para tanto talento, Bach não hesitava em responder que trabalhou duro para isso.

Músico completo, praticou quase todos os gêneros musicais de seu tempo, com exceção da ópera. A maior parte de sua obra caiu no esquecimento após a sua morte, mas no século XIX iniciou-se um processo de recuperação e o prestígio de Bach foi devolvido. Considerado por muitos como o maior compositor de todos os tempos, entre as suas peças mais famosas estão as Sonatas para Violino, os Concertos de Brandenburgo, a Tocata e Fuga em Ré Menor e suas várias cantatas.


Claude Debussy

Claude Debussy

Claude-Achille Debussy nasceu em Saint Germain-en-Laye, cidade próxima a Paris, no dia 22 de agosto de 1862, e morreu no dia 25 de março de 1918, na capital francesa. Iniciou seus estudos musicais ainda na infância, aos 9 anos de idade. Aos 11 anos, Debussy já chamava a atenção de seus mestres por sua imensa criatividade, e aos 17 anos o jovem prodígio foi convidado pela milionária russa Nadezhda von Meck para integrar, como pianista, o seu trio musical. Enquanto esteve no grupo apadrinhado por von Meck, Debussy excursionou pela Europa, teve oportunidade de conhecer grandes nomes da música ocidental e adquiriu experiência profissional.

Sua obra é bastante variada, incluindo música de câmara e para instrumentos solo, música para piano, canções, música incidental, obras cênicas e música para orquestra. Deste último gênero Debussy tornou-se inimigo assim que passou a dar mais importância aos timbres, acordes isolados, contraste entre registros e as pausas. Buscava uma composição mais livre de regras tradicionais, e sua inovação foi essencial para que surgissem diversos movimentos musicais em outros países.


Maurice Ravel

Maurice Ravel

Joseph-Maurice Ravel nasceu na cidade de Ciboure, nos baixos Pirineus, em 7 de março de 1875, e morreu em 28 de dezembro de 1937, em Paris. Iniciou seus estudos de piano aos 7 anos de idade, junto com o irmão, três anos mais novo. O talento e interesse pela música chamou a atenção dos pais que, logo após Ravel completar 14 anos, o matricularam no Conservatório de Paris. Conhecido mundialmente pelo seu Bolero – obra musical francesa mais executada no mundo – Maurice foi fortemente influenciado por Claude Debussy, mas logo encontrou seu próprio estilo e começou a expressar sua sutileza característica.

Antes de se consagrar, preparou-se durante anos, para concorrer ao Grande Prêmio de Música de Roma, evento que apresentava ao mundo novos talentos. No entanto, mesmo considerado um dos favoritos, foi derrotado. Desde então a decepção transformou-o em uma pessoa arredia, que não frequentava eventos sociais e que preferia dedicar-se exclusivamente ao trabalho. Ravel também era dono de atitudes infantis, gostava de brinquedos e deixava o universo da magia, contos de fadas e fantasias transparecer em suas obras. Em contrapartida, buscava sempre se desafiar a compor peças que exigiam enorme empenho do intérprete, como é o caso de Concerto de piano para mão esquerda – criado especialmente para Paul Wittgenstein, que perdera o braço direito.


Franz Schubert

Franz Schubert

Franz Peter Schubert nasceu em Liechtental, subúrbio de Viena, na Áustria, em 31 de janeiro de 1797, e morreu na capital austríaca em 19 de novembro de 1828. Dono de um estilo inovador, lírico, marcante e poético, Schubert morreu muito jovem e não teve reconhecimento em vida. Atualmente, é considerado por muitos como um dos maiores compositores do século XIX. Desde muito cedo, Schubert demonstrava aptidão e talento para a música, e estava disposto a viver de sua paixão. Mas essa não foi uma tarefa fácil, pois o seu pai insistiu que o jovem seguisse seus passos na profissão de professor primário. O seu tempo era divido entre ministrar aulas e a compor. Diversas vezes levava para casa o caderno de um aluno e devolvia-o completamente rabiscado de notas musicais.

Após o fracasso com as óperas, Schubert se revelou um excelente compositor de lied (canção lírica, cantada). Em um ano, compôs mais de 150 canções e tornou-se imbatível no gênero. “Ave Maria”, a mais famosa, passou a ser executada em latim e é muito ouvida até hoje, principalmente em celebrações religiosas.


Johannes Brahms

Johannes Brahms

Brahms nasceu em Hamburgo, na Alemanha, em 7 de maio de 1883, e morreu em Viena, capital da Áustria, em 3 de abril de 1897. Filho de músico, desde pequeno despertou interesse e possuía aptidão para a arte. Aos sete anos de idade, incentivado pelos pais, iniciou seus estudos de piano. O notável talento fez com que aos dez anos, o jovem Johannes realizasse o seu primeiro concerto público executando composições de Beethoven e Mozart.

Já consagrado como um influente compositor e respeitado músico, Brahms recebeu o título de “sucessor de Beethoven”. Pouco antes de morrer, decidiu parar de compor. No entanto, não demorou muito para voltar à rotina produtiva e escrever diversas obras de câmera para clarinete. Brahms não acreditava em Deus e se orgulhava de sua condição de “pagão”, além de se manter solteiro e dedicar boa parte de sua vida à arte.


Franz Liszt

Franz Liszt

Liszt Ferenc – seu nome em húngaro – nasceu em Doborján, em 22 de outubro de 1811, e morreu em Bayreuth, na Alemanha, em 31 de julho de 1886. O sonho de seu pai, Adam Liszt, era se tornar músico, o que não se concretizou porque ele teve que abandonar os estudos devido à falta de recursos financeiros .

Em 1822, a família Liszt mudou-se para Viena e o jovem Franz começou a estudar piano com Carl Czerny, que mais tarde viria comentar, em seu livro de memórias, que o garoto tinha um talento incrível, mas que seu jeito de tocar era caótico. Já consagrado, Liszt ganhou o status de pianista virtuoso, foi citado por muitos como um dos músicos mais avançados do seu tempo, e considerado por alguns como o maior pianista de todos os tempos. Como compositor, Franz Liszt foi um dos representantes mais influentes da Nova Escola Alemã. A sua obra mais notável foi a invenção do poema sinfônico . Ele também foi fundamental na popularização de músicas de transcrição para piano.


Elton John

Elton John

Reginald Kenneth Dwight – mais conhecido como Elton John – nasceu em Londres, no Reino Unido, em 25 de março de 1947. Começou a tocar piano aos três anos de idade, e durante a infância conciliava a rotina de estudos com a agenda agitada de apresentações em festas e confraternizações familiares. Não demorou para que Elton se tornasse aluno destaque e fosse comparado a nomes como Jerry Lee Lewis.

Ao longo de mais de cinco décadas dedicadas à música, Elton já vendeu mais de 450 milhões de discos em todo o mundo, fez mais de 3.500 shows e acumulou inúmeros prêmios – 35 discos de ouro e 25 de platina. Elton também é filantropo e, além de ter participado do Live Aid de 1985, mantém uma fundação para combate da Aids.


João Carlos Martins

João Carlos Martins

João Carlos Martins nasceu em São Paulo, em 25 de junho de 1940. Começou a estudar piano aos quatro anos de idade e aos 8 ganhou seu primeiro concurso ao executar obras de Bach. Atualmente, o paulista figura na lista dos maiores pianistas do mundo, além de ser apontado como o maior intérprete de Bach. Desde então, Martins passou a ser aclamado e figurou em listas de maiores pianistas do mundo, até que um acidente comprometeria os movimentos do lado direito do seu corpo e, por uma decisão médica, um nervo que fazia a ligação entre o cérebro e a periferia do braço foi cortado. Ou seja, não seria mais possível tocar piano com as duas mãos.


Cinco anos mais tarde, um tumor em sua mão esquerda mudaria de vez  sua vida dedicada à música.  Dando início à transição de pianista para maestro , João Carlos Martins iniciou os estudos de regência, formou a Orquestra Bachiana Filarmônica, trabalhou com jovens carentes e se apresentou em Paris e Londres.

A história de superação do paulistano já foi contada em dois documentários. A produção francesa “Paixão segundo Martins” já foi vista por mais de um milhão e meio de pessoas na Europa. Já “Die Martins Passion”, produção franco-alemão, foi vencedora de quatro festivais internacionais. João Carlos Martins também já foi tema de samba-enredo e de desfile de escola de samba.


Nelson Freire

Nelson Freire

Nelson Pinto Freire nasceu em Boa Esperança, no estado de Minas Gerais, em 18 de outubro de 1944. Começou a tocar piano quando tinha apenas três anos, surpreendendo a todos ao executar, “de cabeça”, peças que tinham sido tocadas pela sua irmã mais velha. Aos 12 anos, ao terminar em sétimo colocado no Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro, Nelson ganhou do então presidente do Brasil, Juscelino Kubitscheck, uma bolsa para estudar em Viena.

Em suas viagens pelo mundo, apresentou-se nas maiores cidades da Europa e da América do Sul, além do Japão e dos Estados Unidos. Trabalhou com inúmeros dos mais influentes e prestigiados nomes da música e ganhou diversos prêmios. Em seu contrato com a Sony/CBS, o pianista brasileiro gravou os concertos para piano e orquestra de Liszt e os 24 Prelúdios de Chopin – esse último conquistou o Edison Award.


Lang Lang

Lang Lang

Lang Lang é um pianista nascido em Shnyang, no nordeste da China, em 14 de junho de 1982. Assim como todos os mestres da música erudita, começou a estudar piano muito cedo. Aos três anos de idade já executava várias peças, aos cinco ganhou seu primeiro prêmio como melhor pianista de sua cidade natal, aos 11 foi premiado na Alemanha e aos 13 ficou em primeiro lugar no II Concurso Internacional Tchaikovsky para novos talentos. No final da década de 1990, mudou-se para os Estados Unidos, onde passou a estudar com Gary Grafmann, e, posteriormente, com Daniel Barenboim.

O pianista chinês faz parte de uma exceção no mundo da música erudita: Lang Lang é um pop star. Seus álbuns figuram entre os mais vendidos, sua agenda engloba os mais variados eventos e suas redes sociais na internet são cheias de seguidores.